8 de janeiro de 2007

Guano

Sou náufrago em mar de guano
Infecto como os sinais de meu futuro
Abortado em pedaços de engano
Escarrados pelo útero de meu auguro

Sangrando, hemofílico, aguardando a morte
-já não habitam sonhos em meu mundo escuro
nem há sangue em meu proximo corte
apenas catre mortuario frio e duro

Sinto às narinas o azedume da finitude
Libertação que temo deste mundo impuro
-vislumbro a campa e o ataúde

Mas morro ímpio e ímpio esconjuro
Ao deus hipócrita, assassino e rude
E à finitude meu corpo gasoso juro

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