24 de outubro de 2005

Quero ver em teus olhos

Quero ver em teus olhos
O rubor sanguíneo
De quem
À hora morta das noites
Engole estrelas e desvela
O mais íntimo segredo do corpo
Quero um dia ver em teus olhos
A umidade oceânica
De quem
À fração exata do tempo
Mergulha no abisso de meus olhos
E faz
Da inutilidade dos relógios
Gozo
E poesia

Incontido

Quero que me empurres Contra a parede
Com teu dedo indicador
Suave, sobre meus lábios
E sentir teus seios
Quase perfurando meu peito
Quero sentir tuas coxas
Nervosas, trêmulas, tesas
Comprimindo meu sexo
Despertando o selvagem
Que se arremessa sobre ti
Rasga tuas roupas
E entregue
À mais absurda das gulas
Rola contigo
Incontido
Puro